Pelotão Cavaca
Desporto
Caminhada à Nave da Mestra.
Depois da volta à Rapa de 140km no Sábado, e da volta desidratante de 110 no Domingo demanhã, nada melhor que uma caminhada à tarde de 5 horas pela Serra da Estrela à Nave da Mestra.
Pelas 15h, eu o meu cunhado e a miha mulher demos início a mais uma caminhada.
Terreno com todo o tipo de dificuldades.
Aquele ponto assinalado com circunferência, é a Serra da Marofa onde se encontra a réplica do Cristo Rei, e que o ano passado visitamos em Bici.
É possível fazer este percurso no inverno mesmo com neve, desde que se tenham os devidos cuidados em termos de equipamento (botas impermeáveis e com sola aderente, roupa de neve quente e impermeável, barrete, luvas, máscara/óculos de sol e bastão de caminhada).
E contiuavamos a dirigir-nos para um daqueles locais fantásticos da Estrela.
Meu cunhado, com muita experiência nestas andanças, foi dando algumas indicações úteis.
Nada tem a ver com ciclismo, mas não tivei qualquer dificuldade nas 5h de caminhada.
Deixo um concelho, a maneira mais fácil de chegar à Nave da Mestra é partir da estância de inverno das Penhas Douradas.
Já se caminhava com alguma curiosidade, pois a Mestra estava perto.
Mais uns saltitos...
E ao chegar, a deslumbrante Nave da Mestra.
Também conhecida como Vale da Barca, é um daqueles locais fantásticos da Serra da Estrela. É um covão onde existe um imponente penedo de granito com a forma que lhe dá o nome, onde o Homem criou uma pequena estância para pastores e montanheiros, completa com alojamento, mesa de piquenique com churrasqueira, e onde uma ribeira, alargada por um pequeno açude, convida a banhos em dias de maior calor.
O acesso e este local também pode ser através de uma fenda onde mochilas grandes poderão ter dificuldades em passar, tal como os mais gordinhos, e os que sofrem de claustrofobia.
Lá atrás, aquela fenda ou gruta foi por onde descemos cerca de 30m até ao cimo da casa do Dr. Matos.
Mas de onde surgiu tudo isto em pleno coração da Serra? Reza a história que um Juiz, o Dr. Matos, construiu ali a sua casa de férias de Verão em 1910. A sua construção foi concretizada pela mão-de-obra vinda de Manteigas em cima de mulas por um caminho que ainda hoje existe, ajudada por macacos hidráulicos utilizados para levantar as gigantes pedras, incluindo aquela que faz de telhado à casa. Esta obra é comprovada pela inscrição que ainda se pode ler na construção principal por cima da porta, local que o meu cunhado assinala “Dr. J.Matos – Barca Hirminius – 1910”.
Há quem diga para haver algum cuidado no Verão, para não sermos vistos à procura da cache já que estarão por lá uns muggles curiosos, os pastores, que utilizam o local como curral e têm uma boa visão ao longe.
Esta é a pequena ribeira, alargada por um pequeno açude, convidativa a banhos em dias de maior calor, e a um bom piquenique.
Piquenique ou seja lá o que for, neste local tudo parece um sonho,,, só que sonhar acordado é mais real.
Depois de alguma recuperação, há que acordar e regressar ao ponto de partida.
Foram mais duas horas de regresso de um singular passeio pelo planalto da nossa Estrela.
À vista o nosso meio de transporte. Voltamos à realidade, à degradada civilização.
Mais desporto na próxima Quarta Feira, ciclismo!