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Nós por cá.

Quarta-feira, 13.07.11

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Hoje, uma volta por terras mais imediatas, que muita gente vê e ouve falar, mas pouco ou nada sabemos sobre delas. Consoante a nossa passagem por essas mesmas terras, vou tentar dar pequenas informações sobre as mesmas.

Eu José Cavaca, David Fernandes, e José Carlos, saímos dos Arcos às 8 horas rumo à Sra do Carmo, Caria, Casteleiro, Terreiro das Bruxas, Ermida da Senhora da Povoa, Meimoa, Benquerença, Escarigo, Quintãs, Salgueiro, Capinha e Covilhã, totalizando 90 quilómetros pontuais.

 

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Nasce o dia, pés nos sapatos, sapatos nos pedais, cu no selim, e toca a pedalar.

 

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Passagem em Caria.

É uma freguesia do concelho de Belmonte, com 46,15 km² de área e 2 240 habitantes.

Foi vila e sede de concelho entre 1512 e 1836. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 1 121 habitantes. Em 1924 foi de novo elevada à categoria vila, mas não de município.

 

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A vontade de pedalar persuadia-nos a vencer o vento forte.

 

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Entrada no Casteleiro.

Freguesia do concelho do Sabugal, com 26,73 km² de área e uma densidade de 14,2 hab/km². Situa-se no extremo ocidental do concelho, já em plena Cova da Beira, a cerca de 20 km do Sabugal.

Estão inseridas na freguesia as anexas de Quinta da Carrola e Quinta de Santo Amaro, dando as três povoações um total de 512 habitantes.

 

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Continuava a nossa pedalada, aqui é o Terreiro das Bruxas.

 

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Passagem pelo Santuário da Senhora da Póvoa.  É uma ermida construída no sopé da Serra d’Opa sob a invocação de Nossa Senhora da Póvoa. Como a fundação de todas as ermidas, a Senhora da Póvoa também tem a sua lenda.

Diz esta que, andando uns pastorinhos a apascentar as suas ovelhinhas, Nossa Senhora apareceu aos pequenos no meio de uns silvados. A notícia do milagre foi sabida em Vale de Lobo, (actualmente Vale da Senhora da Póvoa) povoação próxima do local da aparição. O povo trouxe-a em procissão para a Igreja, e Nossa senhora voltou para o silvado. Logo se edificou uma pequena capela, que mais tarde foi substituída pela actual. A romaria, a mais concorrida das Beiras, tem lugar no domingo, segunda e terça feira do Espírito Santo. A ela concorrem dezenas de milhar de romeiros. Noutros tempos, e ainda não muito afastados, o arraial, em dias de romaria, tinha uma característica das centenas de carros de bois, alegremente ornamentados com colchas de variadas cores, que, dispostas em arco, lembravam artísticos toucados. Com a concorrência dos automóveis, que são às centenas, quase desapareceu este quadro. Os que vão a pé podem à vontade dançar no pó desses caminhos.

 

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A nossa passagem também pela Meimoa. É uma freguesia do concelho de Penamacor, com 20,58 km² de área e 456 habitantes.

Esta ponte granítica por onde vamos pedalar, popularmente apelidada de “Ponte Romana”, terá sido construída entre os séculos XIV e XVI.
Não obstante, segundo o saber local, aponta-se para uma construção idêntica datada do período Romano de ocupação do território, que integraria a via Capinha - Benquerença, sobre a qual a actual Ponte Medieval terá sido construída, e provavelmente, à sua imagem.

 

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Seguiu-se a Benquerença.

 Freguesia do concelho de Penamacor, com 28,68 km² de área e 695 habitantes. Tem como principais actividades a agricultura, olivicultura, silvicultura, pecuária, serração, fabrico de materiais de construção, serralharia civil e o pequeno comércio.

Está situada a oeste, a cerca de 17Km de Penamacor. Fica situada entre as serras de Santa Marta e da Opa e na margem esquerda da ribeira da Meimoa. Teve a sua origem entre 1321 e 1607 e resultou da união de diversos povoados e quintas. Entre eles destacam-se o povoado de Santa Maria da Quebrada, o povoado do Forte Guilherme, o povoado do Simão e o povoado da Boa Rapariga. Somente existe registo do povoado de Santa Maria da Quebrada. A junção de todos estes povoados formou o que é hoje a freguesia da Benquerença. Dizem que a origem do seu nome, deve-se ao facto dos seus habitantes se darem muito bem.

 

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Com tanta história, nem demos conta que se chegava ao Escarigo.

Freguesia do concelho do Fundão, com 9,32 km² de área e 309 habitantes.

Escarigo é conhecido como a aldeia mais a norte de um conjunto de três (Escarigo, Quintãs e Salgueiro). Este conjunto de aldeias é conhecido como "Três Povos". É também a aldeia mais a norte do concelho do fundão fazendo fronteira com os concelhos vizinhos de Belmonte, Penamacor e Sabugal. Escarigo é uma freguesia que está a envelhecer bastante, isto devido à falta de incentivos por parte das autoridades competentes para a criação de condições que fixem os jovens, a maior parte da população com menos de 25 anos apenas volta nos fins de semana ou nas férias para nos verem pedalar.

 

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Ainda nos Três Povos.

 

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À saída do ultimo Povo, Salgueiro, registei esta bonita imagem da Nsa Sra da Boa Viagem.

Com tantos assassinos ao volante, os ciclistas bem a necessitam.

 

 

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E a Capinha, uma das terras que mais está nos nossos itinerários. Provavelmente poucos sabem que é a terra do concelho do fundão com mais história e arqueologia. Dizem os livros que há muitos séculos atrás, a Capinha foi invadida por um povo chamado romano, vinham de Mérida (Espanha) para uma zona que é hoje a Beira. Então passou por aqui um senhor chamado Talabo que fundou uma cidade à qual deu o nome de Talabara. O povoamento do território desta freguesia ascende a épocas pré-romanas, de cujos tempos subsistem numerosos vestígios de castros, um dos quais no sítio da Covilhã velha, que deve ser Luso-Romano, destruído e reconstruído por diversas vezes até à fundação da nacionalidade.

 Diz a lenda que há muitos anos havia um velhinho que durante o Inverno andava sempre de capinha porque tinha muito frio e então as pessoas começaram a dizer: “Lá está o velho da capinha”.

E foi assim, que segundo a lenda, nasceu o nome da povoação da Capinha.

Imaginem que o velhinho andava sempre de bicicleta,,, que nome tería?

 

 

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Mas entre a capinha e Peroviseu, algo nos surpreende... a Anita bem elegante, reboca o colega despropositado.

A continuar assim, ele vai engordar muito mais.

 

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E a ultima freguesia desta manhã, Peroviseu.

Situada a 12Km do Fundão e a 16Km da Covilhã, na estrada que liga a Penamacor a aldeia de Peroviseu tem uma origem que remonta a há muitos séculos atrás. O seu nome, é presumivelmente uma referência a Pêro da Covilhã, também conhecido como Pêro de Viseu, que terá aqui vivido algum tempo antes de embarcar na sua viagem épica em busca das terras do lendário Preste João.

Nunca me passou pela cabeça que Peroviseu tivesse algo a ver com Pêro da Covilhã.

 

 

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E às 11h 20m chegava-se à Covilhã. Esta sim, tem algo a ver com Pêro da Covilhã.

 O passado da Covilhã remonta aos tempos da romanização da Península Ibérica, quando foi castro proto-histórico, abrigo de pastores lusitanos e fortaleza romana conhecida por Cava Juliana ou Silia Hermínia. Quem mandou erguer as muralhas do seu primitivo castelo foi D. Sancho I que em 1186 concedeu foral de vila à Covilhã. Mais tarde, foi D. Dinis que mandou construir as muralhas do admirável bairro medieval das Portas do Sol. Era já na Idade Média uma das principais "vilas do reino", situação em seguida confirmada pelo facto de grandes figuras naturais da cidade ou dos arredores se terem tornado determinantes em todos os grandes descobrimentos dos sécs. XV e XVI: o avanço no Oceano Atlântico, o caminho marítimo para a Índia, as descobertas da América e do Brasil, a primeira viagem de circum-navegação da Terra. Em plena expansão populacional é quando surge o Renascimento, o sector económico tinha particular relevo na agricultura, pastorícia, fruticultura e floresta. O comércio e a indústria estavam em franco progresso. Gil Vicente cita "os muitos panos finos". O Infante D. Henrique, conhecendo bem esta realidade, passou a ser "senhor" da Covilhã. A gesta dos Descobrimentos exigia verbas avultadas. As gentes da vila e seu concelho colaboraram não apenas através dos impostos, mas também com o potencial humano.  Personalidades da Covilhã como Frei Diogo Alves da Cunha, que se encontra sepultado na Igreja da Conceição, participaram nos acontecimentos. A presença de covilhanenses em todo o processo prolonga-se com Pêro da Covilhã (primeiro português a pisar terras de Moçambique e que enviou notícias a D. João II sobre o modo de atingir os locais onde se produziam as especiarias, preparando o Caminho Marítimo para a Índia) João Ramalho, Fernão Penteado e outros. Entre os missionários encontramos o Beato Francisco Álvares, morto a caminho do Brasil; frei Pedro da Covilhã, capelão na expedição de Vasco da Gama para a Índia, o primeiro mártir da Índia; o padre Francisco Cabral missionário no Japão; padre Gaspar Pais que de Goa partiu para a Abissínia; e muitos outros que levaram, juntamente com a fé, o nome da Covilhã para todas as partes do mundo. Os irmãos Rui e Francisco Faleiro, cosmógrafos, tornaram-se notáveis pelo conhecimento da ciência náutica. A importância da Covilhã, neste período, explica-se não apenas pelo título "notável" que lhe concedeu o rei D. Sebastião como também pelas obras aqui realizadas e na região pelos reis castelhanos. A Praça do Município foi até há poucos anos, de estilo filipino. Nas ruas circundantes encontram-se vários vestígios desse estilo. Exemplos de estilo manuelino também se encontram na cidade. É o caso de uma janela manuelina da judiaria da Rua das Flores. É o momento de citar o arquitecto Mateus Fernandes, covilhanense, autor do projecto da porta de entrada para as Capelas imperfeitas, no mosteiro da Batalha.

E é também na Covilhã em 1986, que se formou a equipe de ciclismo AVIDESA.

Muito mais haveria que dizer sobre esta cidade, mas hoje ficamos por aqui.

 

 

PRÓXIMA VOLTA, A DAS BARRAGENS.

 

É DOMINGO COM SAÍDA DA SRA DO CARMO ÀS 8 HORAS.

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publicado por José Cavaca às 12:42






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