Pelotão Cavaca
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Lance Armstrong e Alberto Contador.
Enquanto Lance Armstrong não tem pejo em dizer que a rivalidade com Alberto Contador é benéfica para o ciclismo, pois aumenta o mediatismo da modalidade, o espanhol recusa dizer quem é o responsável pela polémica – “a história está aí, façam o que quiserem com ela” -, sublinhando que “preferia não ter tido de lidar” com esse assunto, sobretudo enquanto partilhavam a mesma equipa.
Apesar de todas as diferenças entre Armstrong e Contador, há algo que têm em comum para lá da qualidade como ciclistas: os dois lutaram contra a morte e venceram. O estadunidense conseguiu ultrapassar um cancro testicular. O espanhol foi operado a um aneurisma cerebral. “Lamento o sofrimento por que passaram os meus familiares, mas ter estado numa cama de hospital, sem saber o que me ia acontecer, ajudou-me a ter outra perspectiva da vida e a aproveitar cada momento e cada coisa tão simples como dar um passeio ou tomar um café com um amigo. Acredito que me fez bem tudo aquilo por que passei”, afirma Contador com uma frieza desarmante.
Alberto Contador tem noção de que o sucesso, na presente temporada e, especialmente, na Volta a França, dependerá de factores tácticos. Tendo perdido grande parte dos companheiros de equipa, que estão juntos em redor de Lance Armstrong, poderá o espanhol ficar em dificuldades? Pode. Mas o elogio ao mais novo do clã Schleck é já um sinal de que procura fora da Astana alianças que poderão ser-lhe úteis em momentos de aperto. Apesar disso, demonstra confiança na nova estrutura da Astana. E não o faz apenas para cumprir o dever de dizer bem dos novos escudeiros. Nota-se-lhe o brilho no olhar e a genuína felicidade por ser o indiscutível chefe-de-fila.
O longo defeso – 7 meses sem competir – e a incerteza quanto ao futuro consumiram muitas energias ao vencedor da última Volta a França. Percebe-se que o corredor quer recuperar o tempo perdido, pedalar para muitas consagrações, antes de enfrentar o principal desafio: conquistar o terceiro Tour da carreira. Por isso, é natural que não queira alimentar polémicas. À semelhança das respostas esquivas em relação a Armstrong, Alberto Contador opta pelo politicamente correcto para abordar a tendencial proibição de auriculares nas corridas. Mesmo que homens mais ofensivos, como ele, tenham a ganhar com a ausência de controlo remoto, o espanhol prefere fazer sua a opinião generalizada do pelotão, ainda que cuidadosamente e sem discordar abertamente da UCI: “As comunicações não são unicamente para dar indicações do género ‘agora puxas tu, agora puxas tu’. Para isso estamos nós, os ciclistas, que organizamos o funcionamento da equipa dentro da corrida. E há situações de corrida, como um furo, uma avaria, uma queda. Imagine uma ambulância em sentido contrário na corrida, coisas desse tipo. Somos avisados pelo rádio para termos cuidado. Há que analisar todos os aspectos para perceber se está a funcionar ou não”.